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Silvia Meira |
Nestas terça-feira, 23, e quarta-feira, 24 de novembro, Claudio Nigro recebe Silvia Meira no ciclo de debates Como Nasce uma Obra-Prima. A pauta da semana é Arte, Influência e Identidades Culturais Brasileiras. Meira é Doutora em História da Arte no séc. XX pela
Universidade de Paris IV - Sorbonne, Paris,
França, Livre Docente da ECA/USP e foi Coordenadora da Escola do MASP por 15
anos. Atualmente é pesquisadora em história da Arte Contemporânea do Museu de Arte Contemporânea (MAC) Ibirapuera.
HÁ OBRA DE ARTE NA CONTEMPORANEIDADE?
Este é o tema da fala de
Meira na terça-feira, 23. "As formas complexas de arte descrevem hoje uma
dilatação do presente. Em um campo ampliado de possibilidades, as manifestações
artísticas dos últimos 50 anos, que compõe a arte, e, nos obrigam a
repensar conceitos. As formas e as cenas artísticas da contemporaneidade
instalada em lugares não convencionais ampliam-se em discursos
simbólicos onde a obra plástica arquitetônica e teatral, se coloca como
obra-evento. As obras-intervenções plásticas da contemporaneidade inscritas em
territórios abertos colocam-se em um modo outro de se organizar enquanto arte.
Anônimas e dessacralizadas apresentam uma vacilante natureza em seu modo
provisório de ser, destronando as noções de autenticidade e originalidade,
herdadas da noção clássica de arte. O debate contemporâneo hoje se apropria de
conceitos tradicionais criando diferentes relações, introduz novos significados
aos antigos significantes. A produção de uma experiência in situ
se torna primordial no fazer artístico, onde as transações e relações descrevem
a essência; o procedimento e a postura substituem as propriedades." (*) transgridem
a conhecida filiação estética
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Arthur Omar (foto: Walter Craveiro) |
Na quarta-feira, 24, a pesquisadora fala sobre a adversidade em que vivemos. "Muitos
povos ainda hoje desconhecem o enigma da brasilidade. Os artistas
brasileiros, tem sido caracterizados, nos últimos anos através de um
olhar exótico e folclórico, que surgiu devido a dificuldade de algumas
culturas em enxergar a complexa identidade cultural brasileira, sem conferir
as nossas produções artística uma unidade, um modelo de entendimento efetivo de
interpretação de nossa cultura. A brasilidade não existe em essência, não
apresenta conteúdo a priori e no caso do contemporâneo, não busca nenhum
objetivo como acontecia no projeto de nacionalismo modernista. Ao contrário, as
realidades culturais se tangenciam, hibridizam-se em emblemas visíveis repletos
de sinais da cultura de massa e da cultura erudita. Alguns artistas se
direcionam para uma arte culturalmente híbrida tornam-se originais na
manipulação destas misturas de signos. Porém hoje não se busca mimetizar temas
amplos e coletivos tais como o nordeste, o samba ou a religiosidade, prática
recorrente das empreitadas do modernismo, os artistas contemporâneos ao contrario
trazem esses ícones nacionalistas contaminados pelas novas mídias e por certa
experiência vivencial, introspectiva e intima, estimulados pelo
experimentalismo. A temática do
canibalismo, ligada aos interesses que os europeus tinham pelo selvagem, e pelo
primitivo o qual já se fazia presente desde 1920, em Paris, freqüentada na
época por Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral, época do Manifesto
Antropofágico; já enfatizava a necessidade de assimilação do estrangeiro para
exportação do nacional, buscando posicionar-se de outra maneira em relação à
herança cultural européia. O desajuste brasileiro deve ser encarado com
otimismo, como indicio de inocência nacional e da possibilidade de um rumo
histórico alternativo. A experiência brasileira é um ponto cardeal
diferenciado, com virtualidade utópica no mapa da historia contemporânea." (*)
(*) Textos enviados por Silvia Meira
(*) Textos enviados por Silvia Meira
Participações especiais da semana: Arthur Omar, Denise Milan, Otávio Frias, Zanna, Ricardo Cardoso, Daniel Peixoto e Gabriel Federici.
Centro Cultural Banco do Brasil
Rua Álvares Penteado, 112 - Centro - São Paulo
Informações (11) 3113-3651 /3113-3652
www.bb.com.br/cultura
www.twitter.com/ccbb_sp
Acesso e facilidades para pessoas com deficiência física//Ar-condicionado
Estacionamento conveniado:
Estapar Estacionamentos
Rua da Consolação, 228 (Edifício Zarvos)
(R$ 10,00 pelo período de 5 horas. Necessário carimbar o ticket na bilheteria do CCBB).
Informações: (11) 3256-8935. Van faz o transporte gratuito até as proximidades do CCBB - embarque e desembarque na Rua da Consolação, 228 e na XV de novembro, esquina com a Rua da Quitanda, a vinte metros da entrada do CCBB.
O que é uma obra prima? Ou melhor: qual a diferença
entre um livro de Clarice Lispector e outro de Paulo Coelho? Em que período
histórico cultural estamos atualmente? Qual o segredo da Mona Lisa? Essa e
outras questões serão discutidas ao vivo por quem pensa e faz arte hoje no
mundo. Todas as linguagens criativas e todas a classe artística estão convidadas.
Como Nasce
uma Obra-Prima
09 de
novembro a 08 de dezembro de 2010
Terças e
quartas, 19h
Entrada
Franca - As inscrições para assistir a todos os debates podem ser feitas pelo
telefone (11) 3113-3649. Os não inscritos devem retirar senha no local com uma
hora de antecedência.
Rua Álvares Penteado, 112 - Centro - São Paulo
Informações (11) 3113-3651 /3113-3652
www.bb.com.br/cultura
www.twitter.com/ccbb_sp
Acesso e facilidades para pessoas com deficiência física//Ar-condicionado
Estacionamento conveniado:
Estapar Estacionamentos
Rua da Consolação, 228 (Edifício Zarvos)
(R$ 10,00 pelo período de 5 horas. Necessário carimbar o ticket na bilheteria do CCBB).
Informações: (11) 3256-8935. Van faz o transporte gratuito até as proximidades do CCBB - embarque e desembarque na Rua da Consolação, 228 e na XV de novembro, esquina com a Rua da Quitanda, a vinte metros da entrada do CCBB.
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