terça-feira, 23 de novembro de 2010

CLAUDIO NIGRO E SILVIA MEIRA DISCUTEM ARTE, INFLUÊNCIA E IDENTIDADES CULTURAIS BRASILEIRAS

Silvia Meira
Nestas terça-feira, 23, e quarta-feira, 24 de novembro, Claudio Nigro recebe Silvia Meira no ciclo de debates Como Nasce uma Obra-Prima. A pauta da semana é Arte, Influência e Identidades Culturais Brasileiras. Meira é Doutora em História da Arte no séc. XX pela Universidade de Paris IV - Sorbonne, Paris,  França,  Livre Docente da ECA/USP e foi Coordenadora da Escola do MASP por 15 anos. Atualmente é pesquisadora em história da Arte Contemporânea do Museu de Arte Contemporânea (MAC) Ibirapuera. 

HÁ OBRA DE ARTE NA CONTEMPORANEIDADE? 

Este é o tema da fala de Meira na terça-feira, 23. "As formas complexas de arte descrevem hoje uma dilatação do presente. Em um campo ampliado de possibilidades, as manifestações artísticas dos últimos 50 anos, itos de artista apresentrrida, partir de um sistema complexo de escolhastransgridem a conhecida filiação estética que compõe a arte, e, nos obrigam a repensar conceitos. As formas e as cenas artísticas da contemporaneidade instalada em lugares não convencionais ampliam-se em discursos simbólicos onde a obra plástica arquitetônica e teatral, se coloca como obra-evento. As obras-intervenções plásticas da contemporaneidade inscritas em territórios abertos colocam-se em um modo outro de se organizar enquanto arte. Anônimas e dessacralizadas apresentam uma vacilante natureza em seu modo provisório de ser, destronando as noções de autenticidade e originalidade, herdadas da noção clássica de arte. O debate contemporâneo hoje se apropria de conceitos tradicionais criando diferentes relações, introduz novos significados aos antigos significantes. A produção de uma experiência in situ se torna primordial no fazer artístico, onde as transações e relações descrevem a essência; o procedimento e a postura substituem as propriedades." (*)

Arthur Omar (foto: Walter Craveiro)
Na quarta-feira, 24, a pesquisadora fala sobre a adversidade em que vivemos.  "Muitos povos ainda hoje desconhecem o enigma da brasilidade. Os artistas brasileiros, tem sido caracterizados, nos  últimos anos através de um olhar exótico e folclórico, que surgiu devido a dificuldade de algumas culturas em enxergar a complexa identidade cultural brasileira, sem conferir as nossas produções artística uma unidade, um modelo de entendimento efetivo de interpretação de nossa cultura. A brasilidade não existe em essência, não apresenta conteúdo a priori e no caso do contemporâneo, não busca nenhum objetivo como acontecia no projeto de nacionalismo modernista. Ao contrário, as realidades culturais se tangenciam, hibridizam-se em emblemas visíveis repletos de sinais da cultura de massa e da cultura erudita. Alguns artistas se direcionam para uma arte culturalmente híbrida tornam-se originais na manipulação destas misturas de signos. Porém hoje não se busca mimetizar temas amplos e coletivos tais como o nordeste, o samba ou a religiosidade, prática recorrente das empreitadas do modernismo, os artistas contemporâneos ao contrario trazem esses ícones nacionalistas contaminados pelas novas mídias e por certa experiência vivencial, introspectiva e intima, estimulados pelo experimentalismo.  A temática do canibalismo, ligada aos interesses que os europeus tinham pelo selvagem, e pelo primitivo o qual já se fazia presente desde 1920, em Paris, freqüentada na época por Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral, época do Manifesto Antropofágico; já enfatizava a necessidade de assimilação do estrangeiro para exportação do nacional, buscando posicionar-se de outra maneira em relação à herança cultural européia. O desajuste brasileiro deve ser encarado com otimismo, como indicio de inocência nacional e da possibilidade de um rumo histórico alternativo. A experiência brasileira é um ponto cardeal diferenciado, com virtualidade utópica no mapa da historia contemporânea." (*)


(*) Textos enviados por Silvia Meira

Participações especiais da semana: Arthur Omar, Denise Milan, Otávio Frias, Zanna, Ricardo Cardoso, Daniel Peixoto e Gabriel Federici. 

O que é uma obra prima? Ou melhor: qual a diferença entre um livro de Clarice Lispector e outro de Paulo Coelho? Em que período histórico cultural estamos atualmente? Qual o segredo da Mona Lisa? Essa e outras questões serão discutidas ao vivo por quem pensa e faz arte hoje no mundo. Todas as linguagens criativas e todas a classe artística estão convidadas.

Como Nasce uma Obra-Prima
09 de novembro a 08 de dezembro de 2010
Terças e quartas, 19h
Entrada Franca - As inscrições para assistir a todos os debates podem ser feitas pelo telefone (11) 3113-3649. Os não inscritos devem retirar senha no local com uma hora de antecedência.

Centro Cultural Banco do Brasil
Rua Álvares Penteado, 112 - Centro - São Paulo
Informações (11) 3113-3651 /3113-3652

www.bb.com.br/cultura
www.twitter.com/ccbb_sp


Acesso e facilidades para pessoas com deficiência física//Ar-condicionado

Estacionamento conveniado:
Estapar Estacionamentos
Rua da Consolação, 228 (Edifício Zarvos)
(R$ 10,00 pelo período de 5 horas. Necessário carimbar o ticket na bilheteria do CCBB).
Informações: (11) 3256-8935. Van faz o transporte gratuito até as proximidades do CCBB - embarque e desembarque na Rua da Consolação, 228 e na XV de novembro, esquina com a Rua da Quitanda, a vinte metros da entrada do CCBB.






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